quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sobre a série "Grandes Campeões".

Nos últimos dias, após o atropelamento da equipe litorânea em solo Japonês, os canais SporTV começaram a sua "retrospectiva 2011", com a série Grandes Campeões. São vários programas, sendo cada um deles dedicado a um campeonato, relembrados em ordem cronológica: primeiro foram alguns estaduais da região Sudeste e Sul (um programa para cada campeonato), depois as Copas do Brasil e Libertadores, em seguida a Série B do brasileirão e, por fim (pois creio que não repetirão o vexame litorâneo) a Série A do brasileirão.

Não fossem as razões que me fazem escrever este texto, julgaria não ser necessário dizer, mas esta série de programas visa enfatizar as equipes campeãs no ano que se encerra. Afinal, são os "Grandes Campeões".

Pelo que pude observar dos programas dedicados aos Estaduais, Copa do Brasil e Libertadores, mostrava-se brevemente os trajetos que os times finalistas realizaram para chegar até a partida derradeira e, posteriormente, o jogo decisivo era transmitido integralmente. Perdi as contas de quantas vezes a final da Copa do Brasil foi reprisada nos últimos dias.

Ontem à noite assisti o programa dedicado à Série B, que, por conta dos pontos corridos, dedicava-se a falar da campanha e do título da Portuguesa, para, posteriormente, falar das demais equipes classificadas para a Série A de 2012. No fim, foram passados os melhores momentos de Portuguesa x Duque de Caxias, jogo em que a Lusa ergueu a taça.

No começo da tarde de hoje, precisamente às 13h30min, no canal SporTV1, passou-se o programa referente à Série A do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Corintias. Diferentemente dos demais programas da série que assisti, este seguiu uma lógica um pouco distinta: mês a mês, mostrava as mudanças na tabela do Campeonato, dando ênfase para grandes jogos do certame, como Corintias 5x0 São Paulo, Santos 4x5 Flamengo e Coritiba 5x0 Botafogo, entre outros.
Após relembrar quais equipes foram rebaixadas para a Série B 2012, e quais se classificaram para a Libertadores 2012, o programa dedicou-se às duas últimas rodadas do Campeonato que teve como vice campeão o Vasco. Equipe que mesmo com a conquista da Copa do Brasil, apesar do gol irregular marcado pro Fred na penúltima partida e mesmo com a eliminação na Copa Sul Americana, chegou na última rodada podendo ser campeã.

Já no final do programa, precisamente às 14h35min - ele ia até as 15h00min - com um escudo do Corintias ao fundo, o apresentador diz: "chegamos ao momento mais esperado do programa: a conquista do Pentacampeonato Brasileiro pelo Corinthians! Vamos aos melhores momentos de Corinthians x Palmeiras".

Com uma pulga atrás da orelha, aguardei para assistir ao programa Grandes Campeões que trataria do campeonato que teve como Grande Campeão o Campeão dos Campeões. E confesso também que achei deveras esquisito o programa Grandes Campeões ser mais uma retrospectiva do campeonato do que uma cobertura em si do Grande Campeão: o título do Corintias não deveria ser "o momento mais esperado do programa", e sim deveria ser a tônica do episódio. Tal como a conquista do Vasco foi a protagonista no episódio sobre a Copa do Brasil, o foi o Santos no programa sobre a Libertadores, o Inter no programa sobre o Gauchão etc.

Enfim, esta compilação de "o que foi importante no Campeonato Brasileiro de 2011", realizada pelos profissionais do SporTV e nomeada de Grandes Campeões, faz-me pensar por dois rumos: o primeiro é que, de fato, o Corintias pode ter a maior torcida, fazer a melhor campanha e erguer a taça, mas vamos com calma, deve ter dito algum diretor do canal; o segundo rumo é que, levando em conta a troca de 's' por 'x' na fala do apresentador, fica claro que, enquanto o vice for carioca, e o campeão for paulista, falemos do vice, orax, deve ter dito este mesmo diretor do canal global.

***

Ps: não posso, porém, negligenciar o fato de que os poucos minutos dedicados ao Corintias x Porco da última rodada arrancaram-me cânticos, gritos e arrepios. Vibrei, novamente emocionado, com o chute que Jorge Henrique dá nos troféus que os porcos conquistaram no Século XXI (vulgo "chute no vazio"). E, ao fim do jogo, abracei minha mãe e corri para a frente de casa, gritando novamente "é penta, é penta Corintias!".

VAI CORINTIAS!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O penta (e uma pequena infelicidade).


Enfim, pudemos gritar é campeão, é penta, é Corintias!
Mas, como é Corintias, a coisa tem que ser doloroso, arrastada, lenta e sofrida. Acreditar que conquistaríamos o título contra o Figueirense, foi um equívoco histórico!



Pude sair de casa, estourar um champanhe, brindar com o Renan, meu grande parceiro de Corintias nestes anos de faculdade; pude trocar um beijo apaixonado repleto de glórias alvinegras; pude estourar rojão na porta do prédio dos antis; pude cantar, abraçar marmanjos, brincar com crianças, celebrar com as famílias, os vizinhos.
Vibrar com os amigos, gritar até a garganta doer (como dói agora), tocar o surdo e ficar com as canelas doendo, balançar a bandeira por tanto tempo e ficar com os braços doloridos.



Aqui em Marília/SP, a festa foi muito bonita. Fechamos duas quadras da Avenida Esmeralda (uma das principais da cidade), acredito que em torno de duas mil pessoas estiveram por lá. O pessoal da Fiel Macabra levou seus instrumentos musicais, a cantoria por ti Corintias rolou solta até as 22h00min, quando a festa teve de se encerrar por conta do barulho, de ser um bairro residencial e todas essas chatices.


Não havia só Corintianos na festa, pessoas desfilavam com camisas de seu clube, havia até dois engraçadões com uma bandeira do Vascu. Mas tudo estava harmonioso, famílias pela rua.


Até que chegamos à pequena infelicidade.
Quando já estávamos saindo de lá, para voltar para casa, convidei um palmeirense a tirar uma foto comigo, ele estava entre Corintianos e um rapaz sem camisa de clube algum, uma camiseta branca. Brinquei com o porco, que levou numa boa.
Porém, o jovem com camiseta branca "tomou as dores" (talvez, dores de corno) do porco, e se apresentou como São Paulino, com aquele velho discursinho: quando vocês ganharem uma Libertadores pode vir zuar a gente! Ao que respondi rindo e abrindo a mão: Libertadores? A gente enfiou cinco em vocês!
A resposta dele foi erguer seu capacete e batê-lo contra o meu rosto, quebrando dois dentes frontais. Saiu correndo após isso.


Pelo menos honrou a história do clube que disse defender: agiu de forma covarde. Não deu chance para o revide.

E ai, a minha festa pelo penta, terminou as 22h30min, no consultório de um dentista simpático.

Dentes e São Paulinos descontrolados à parte

AQUI É CORINTIAS!
E É PENTA PORRA!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Esta força popular - I.


Ontem, no início da noite, fui até o mercado. Trajando uma das camisas de 1996 e o boné da Estopim, no caminho saudei todos os Corintianos que estavam a caráter, e fui saudado por outros, a paisana.
Parado em frente à geladeirinha em que ficam sendo refrescadas as cervejas, pensando na vida, duas senhoras se aproximaram com um carrinho de compras, nele, apenas uma vaso de flores. O estacionaram ao lado da prateleira e começaram a pegar latinhas da mais barata. Antes que o carrinho ficasse cheio, uma terceira senhora chegou, assustou-me dando um tapa em meu peito, bem em cima do distintivo, e falou, alto: "esse é o time que vai ser campeão amanhã!".
Prudente, respondi um moderado "espero que sim, espero!", ela seguiu o diálogo, acompanhando as colegas na ação de encher o carrinho com cervejas: "nois já vamo começar a beber hoje".
Uma outra senhora entrou no assunto: "sou palmeirense, não gosto do Corintia. Tinha dois copos lá em casa: um verde do palmeiras, e um do Corintias. Dei o do Corintias pro meu sobrinho e no outro eu vou tomar cerveja. Mas, mesmo assim, quero que vocês ganhem, merece".
Com o carrinho abastecido, as três senhoras me deram tchau, a primeira a puxar assunto comigo, se aproximou de mim e disse rindo: "meu patrão torce contra, mas eu torço a favor, torço pro Corintias!".

É com esta força popular e com o pesar pelo Doutor Sócrates [Heraldinho, e toda a fiel, estão mais tristes hoje], que vamos pra cima já já!

VAI CORINTIAS!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Força ao Doutor Sócrates!

No último sábado parei um trailler de lanches para me encontrar com algumas amigas. Na mesa ao lado dois homens bebiam cerveja, ambos usavam bonés do Corintias. Os saudei, como não poderia deixar de ser.
Um deles esticou o braço, apontando minha camiseta (esta da foto abaixo) e disse sorrindo: "mano, que louca sua camiseta". Olhei para ela, para ele e concordei: "o Doutor é o cara".
O homem perguntou onde a comprei, pois queria uma igual e nunca havia visto. Disse a ele que não sabia onde era a loja, que havia sido presente de parentes que moram bem longe daqui.
Ele, então, propôs uma troca: "eu tenho um bandeirão no meu carro, você troca a camiseta por ele?", "não, não troco pois foi presente...", "mas, como você chama?", "Gabriel". Se levantou, veio em minha direção e abriu a mão direita para um aperto: "sou o Heraldinho, Corintiano e trabalhador. Troca essa camiseta comigo Gabriel!". "Poxa Heraldinho, foi presente dos meus tios, além de ser do Doutor foi presente", "vou te mostrar meu bandeirão, tá ali no carro".
Tirou as chaves do bolso, mostrou - orgulhoso - o chaveiro: uma réplica de chinelo com o símbolo do Corintias, mostrei o meu chaveiro: um símbolo do Corintias em metal. Apertamos as mãos novamente.
Heraldinho vibrou, e foi abrindo o porta malas do carro. Tirando o seu bandeirão (que, na verdade, era um cobertor, realmente grande). O esticamos o balançamos, gritamos Corintias minha vida, Corintias minha história, Corintias meu amor balançando a bandeira. Naturalmente que fomos olhados com estranheza pelas demais pessoas que estavam no trailler.
Dobramos o cobertor, Heraldinho o colocou de volta dentro do carro, antes de fechar a porta ainda me disse: "vamos trocar?", "olha Heraldinho, não".
"Mas Gabriel", insistiu, "é uma camisa do Doutor, o Doutor é o maior jogador do Corintias. Eu lembro dele, eu vi ele jogando. Fiquei muito triste quando ele foi pro hospital, mas agora já melhorou. Troca comigo".

Não troquei a camiseta com ele. Realmente, pois foi um presente dado com muito carinho.

A persistência de Heraldinho, e a forma como falava do Doutor, a forma como todos nós, Corintianos, falamos do Doutor, é a força que enviamos à ele.


Força Sócrates
Vai Corintias